quarta-feira, 18 de maio de 2011

Há um herói escondido em cada um de nós...

Há cerca de 4 meses que tenho esta notícia preparada mas nunca a publiquei... Tenho deixado passar algum tempo para perceber que passará a notícia e não outro qualquer valor que alguém tenderá a associar à mesma.

Um herói não é alguém que pensa ser "o maior". Não é alguém que faz aquilo que todos devemos fazer. É aquele que vai para além do dever...

Mas, em boa verdade, não são precisos heróis. Basta que não haja indiferença. O maior perigo que podemos ter é a indiferença perante uma situação que condenamos mas, por receio, por um motivo qualquer, nada fazemos.

Mas ATENÇÃO!!! Nada de tentarem fazer algo minimamente semelhante!!! Uma situação destas deve ser encarada por alguém adulto!!! Em situações similares procurem ajuda e liguem para o 112.

Aqui fica a história de alguém que fez mais do que não ser indiferente. É uma história em que, um dos protagonistas, foi o nosso ECG (Escoteiro-Chefe de Grupo) Paulo Valido.

O texto é do Jornal de Notícias, onde a notícia saiu a 03 de Julho de 2009, mas a notícia esteve noutros orgãos de comunicação da altura.
Reproduzo-a aqui para poderem ter noção de que, por vezes, quem nos acompanha tem histórias por contar...

“Um chefe de escoteiros, de 45 anos, conseguiu desarmar, numa luta corpo a corpo, um homem que momentos antes, no Fogueteiro (Seixal), ferira a tiro duas pessoas, entre elas a própria filha e a namorada do filho.

O caso ocorreu ao fim da tarde de anteontem, no Fogueteiro, no concelho do Seixal, na sequência de uma desavença conjugal. "Arrisquei. Sabia que ele me podia atingir, mas também podia acertar em mais três ou quatro pessoas", explicou, ao JN, o chefe de escoteiros, Paulo Valido, recordando os momentos em que desarmou R. V., de 47 anos. Os problemas entre Natália Branco e R. V. começaram há cerca de dois anos, mas o ambiente acabou por se agravar durante esta semana, com o casal a decidir-se pela separação. Com três filhos, um deles menor, ficou decidido que ele ficaria com a residência do casal, uma vez que ficaria com o encargo da criança, enquanto a mãe ficaria a viver com os outros dois filhos, Mónica, de 23 anos, e Ruben, de 21.

Anteontem, à tarde, a mulher dirigiu-se a casa para começar a tirar os bens que lhe tinham cabido na partilha, para se mudar para uma outra habitação, onde iria viver com Mónica e Ruben. No entanto, R. V., ao voltar a casa, terá dado conta de que lhe faltavam 400 euros, que teria deixado numa mesa-de-cabeceira, e entendeu que fora a mulher que lhos tinha tirado. Decidiu pedir explicações e dirigiu-se, ao fim da tarde, para a Praceta José Leite de Vasconcelos. Levava uma pistola transformada para 6,35 milímetros, que comprara há alguns anos. Estacionou o carro nas imediações de um centro comercial e dirigiu-se a pé para a praceta.

"Eu conheço-o, vi-o chegar a pé, não achei muito normal, dadas as circunstâncias", recordou, ao JN, Paulo Valido, que na altura ajudava Ruben na mudança dos bens da mãe. Estava lá também Natália, assim como Noémia, de 19 anos, namorada de Ruben.
Quem assistiu diz que R. V. nem proferiu qualquer palavra. Com a rua cheia de gente, puxou da pistola e começou a disparar. O primeiro tiro era dirigido à mulher, mas atingiu a filha. O projéctil alojou-se-lhe no rosto. O segundo disparo foi dirigido ao filho - que apoiara muito a mãe em todo o processo -, mas foi a sua namorada, Noémia, a ser atingida.

Foi então que Paulo Valido, mecânico de aviões no aeroporto de Lisboa, se lançou contra o homem armado. "Tinha que ser, não podia ficar assim parado a vê-lo a preparar-se para fazer mais disparos", contou.

Os dois começaram a lutar, rolaram pelo chão e R.V. ainda fez mais um disparo - o projéctil alojou-se na traseira de uma carrinha dos escoteiros de Fernão Ferro -, mas Paulo Valido acabou por dominar o agressor e retirar-lhe a arma”.

Nessa altura, chegava ao local um agente da PSP que estava a fazer um serviço gratificado no supermercado Pingo Doce - condição que o impedia legalmente de abandonar o espaço - que acabou por lhe dar ordem de prisão.

R.V. foi ontem presente a tribunal, mas hoje voltará a ser ouvido. A filha do agressor já deixou o hospital, mas o mesmo não aconteceu com Noémia, que se mantém internada em Santa Maria. O projéctil atingiu-a quando fugia, entrando pelas costas e saindo pelo peito".

Sem comentários:

Enviar um comentário